Os colaboradores da sua empresa podem falar abertamente sobre suas ideias e opiniões? Bem, os líderes sabem o quanto dar voz aos funcionários é importante, uma vez que pode tornar a empresa inovadora e ainda descobrir suas deficiências, mas as pessoas dificilmente têm coragem de se expressar. Um estudo publicado na Harvard Business Review aponta que 85% dos colaboradores ficam em silêncio sobre assuntos importantes, pois não querem ser vistos negativamente. 

Mas de que maneira o líder pode fazer essa mudança dentro da empresa? Neste quesito, dois fatores são importantes: a personalidade de cada um e a cultura da organização. Mas a cultura é sem dúvidas o elemento mais relevante nesse processo. Se uma pessoa é naturalmente pouco expressiva, um ambiente aberto à ideias pode deixá-la empolgada para falar. E essa chave é justamente a cultura da empresa. 

O poder da escolha

Segundo os pesquisadores, é necessário criar uma cultura empresarial que enfatize a ideia de escolha. Ao ter escolhas, as pessoas sentem que o ambiente é mais favorável e assim sentem-se empoderadas, no controle da situação. Para colocar essa ideia à prova foram feitos experimentos em três países: EUA, Índia e Singapura. Assim, foi descoberto que os colaboradores partilhavam suas ideias justamente nas empresas que enfatizavam a ideia de que elas sempre têm escolhas. 

Em um dos experimentos foi pedido que as pessoas assumissem o papel de candidatos a um cargo. Dessa forma, foram apresentados folhetos da empresa enfatizando a ideia de escolha ou não na cultura da empresa. Um dos folhetos mencionou o seguinte: 

“Aqui no [nome da empresa], devemos nos lembrar que sempre temos uma escolha. Quer se trate de expandir para novos mercados, lançar um novo produto ou mudar a forma como fazemos negócios, sempre temos uma escolha… Em poucas palavras, em vez de aceitar as circunstâncias como inevitáveis, nossos funcionários fazem opções que nos ajudam a prosperar no mercado”.

O segundo folheto não mencionou nada. Então, os pesquisadores perguntaram aos participantes o quanto eles poderiam compartilhar suas ideias sobre como melhorar os processos da empresa. Além de sentirem-se mais dispostos a compartilhar suas opiniões, os colaboradores que receberam o primeiro folheto estavam mais interessados em trabalhar para a empresa que enfatizava o poder da escolha.  

A escolha pode mudar o comportamento

Ao terem o poder da escolha, os colaboradores sentem-se mais poderosos, uma vez que entendem que possuem capacidade para mudar o ambiente em que estão inseridos. “Por exemplo, por meio do simples ato de escolher quais e-mails responder primeiro, quais projetos focar e quais reuniões participar, os colaboradores não apenas expressam suas prioridades e objetivos, mas também determinam o que é feito (e o que fica para trás)”, apontam os pesquisadores. 

A pesquisa pontua ainda que se as empresas quiserem incentivar seus funcionários a usarem suas vozes, elas precisam criar um ambiente que promova a participação.