Você já parou para refletir sobre quem você realmente é? O autoconhecimento é uma jornada fascinante que nos leva a descobrir as nossas emoções, desejos, valores e limitações. É um processo profundo de introspecção que nos permite entender melhor a nós mesmos e, consequentemente, nos conduz a uma transformação pessoal significativa. 

Neste texto, Roberta Perdomo, sócia fundadora da Aqto e especialista em Gestão de Pessoas explora a importância do autoconhecimento e como ele impacta diversos aspectos da nossa vida.

Por que o autoconhecimento é tão importante?

Esse mês tive uma conversa bastante interessante e instigante com um cliente sobre a relevância do autoconhecimento. A conversa me deixou entusiasmada e feliz ao ver que esse assunto é pauta na estratégia de aprendizagem por lá. 

E por que o autoconhecimento é tão importante? Primeiro porque é a base para o desenvolvimento de qualquer habilidade relacional ou sócio emocional. Se meu nível de autoconhecimento estiver baixo, vai ser mais complicado aprender a me relacionar bem com as outras pessoas. 

Segundo, porque ao me conhecer, posso fazer escolhas mais conscientes na vida. Se meu autoconhecimento for baixo, possivelmente estarei vivendo no piloto automático. 

As dimensões do autoconhecimento

O autoconhecimento, na minha experiência, tem diferentes dimensões. Algumas delas são: 

Preferências: talvez seja a dimensão mais fácil de identificar. O que eu gosto, o que não gosto. O que me faz bem, o que não me faz bem. Com que grupos, tribos, atividades, papéis eu mais me identifico. Como funciona melhor meu corpo, que atividades são mais prazerosas, que horas do dia sou mais produtiva e assim por diante. Com o tempo, essas preferências vão fazendo parte da nossa identidade. 

Valores: esta dimensão começa a exigir um certo nível de reflexão. Geralmente adquirimos nossos primeiros e mais arraigados valores na primeira infância, ao observar e conviver com pais, avós, tios etc. Ao longo da vida, vamos mudando, convivendo e aprendendo e novos valores são incorporados. 

Modelo mental: o modelo mental é a lente pela qual vemos o mundo, e impacta diretamente nosso comportamento. Aqui encontramos nossas crenças. As primeiras crenças aprendemos na fase adolescente e elas também podem mudar ou se fixarem em nós. Nossa história e as experiências que vivemos geram nossas crenças. Dizem respeito a como interpretamos os fatos, como julgamos as pessoas. Na ontologia, chamamos de o observador que somos. Gosto muito da frase de Freud que traduz bem essa dimensão:  “Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”. Algumas delas são mais conscientes e outras menos. Essas são mais profundas e difíceis de decifrar sozinhos

Talentos: descobrir o que fazemos bem e o que precisamos melhorar é uma faceta importante no nosso desenvolvimento como profissionais. Para que possamos ofertar o nosso melhor no trabalho e na vida, descobrir nossos talentos é essencial.

Essência: a essência, nosso eu autêntico é a dimensão mais difícil de conhecermos. Precisamos desapegar de tudo, de todas nossas preferências, valores e crenças para chegar até ela. Mas ela está lá, e talvez uma forma de acolher seria tentar lembrarmos na nossa primeira infância, dos 0 aos 7 anos. Quando ainda somos puros da domesticação que à vida nos impõem. Encontrar nosso eu autêntico é uma tarefa para os mais curiosos e mais apaixonados por autoconhecimento. 

O autoconhecimento é uma jornada para a vida. Não é possível traçar uma meta para isso, pois não é um lugar onde devemos chegar. É sim uma caminhada que deve nos acompanhar enquanto estivermos aqui. 

O autoconhecimento transforma-nos e conduz-nos a uma vida mais autêntica, plena e significativa. Quando compreendemos as nossas emoções, desejos, valores e limitações, adquirimos a capacidade de tomar decisões conscientes, cultivar relacionamentos saudáveis e alcançar o nosso crescimento pessoal. 

Por isso, dedique um tempo para se conhecer verdadeiramente. A sua jornada de autoconhecimento pode ser desafiadora, mas os benefícios são imensuráveis.

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