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Durante muito tempo, a liderança foi associada a força, racionalidade e decisões objetivas. Hoje, sabemos que essas qualidades continuam sendo importantes, mas já não bastam. Em um mundo em que a colaboração, a inovação e o bem-estar das pessoas estão no centro da performance, líderes que “sentem junto” se tornam fundamentais. E é justamente aqui que entra a inteligência emocional (IE).

O que significa “sentir junto”

A inteligência emocional ajuda o líder a perceber e reconhecer as emoções dos outros — e a empatia é uma das suas dimensões mais poderosas. Quando um líder reconhece o que sua equipe sente e valida essas emoções, ele constrói uma ponte de conexão genuína. Essa abertura cria confiança, fortalece vínculos e dá espaço para diálogos mais verdadeiros.

Mas sentir junto não significa abrir mão da objetividade. Pelo contrário: líderes emocionalmente inteligentes sabem que é preciso tomar decisões com a razão e executá-las com o coração. Ou seja, conseguem equilibrar firmeza com cuidado, entendendo o impacto humano de suas escolhas sem perder de vista os objetivos.

O poder da conversa emocional

Reconhecer as próprias emoções é o primeiro passo para liderar com inteligência emocional. Quando o líder se permite sentir e nomear suas emoções, abre caminho para conversas mais humanas com o time. Charles Duhigg afirma que a conexão emocional é acionada quando fazemos perguntas profundas e respondemos com nossa própria vulnerabilidade. É esse tipo de troca que aprofunda os relacionamentos e cria engajamento.

Essa habilidade exige coragem, porque envolve mostrar-se como pessoa e não apenas como gestor. Mas o efeito é poderoso: equipes tendem a confiar mais em líderes que demonstram autenticidade e vulnerabilidade equilibrada.

Competências que fazem a diferença

Entre as competências de IE, a empatia cognitiva, descrita por Daniel Goleman em seu livro Foco, é uma das mais relevantes para a liderança. Diferente da empatia puramente emocional, ela permite que o líder compreenda profundamente o que o outro sente sem perder o controle de suas próprias emoções.

Essa habilidade garante que, mesmo em situações de tensão, o líder consiga manter clareza, tomar decisões equilibradas e transmitir segurança ao time.

Times mais resilientes

Líderes com alta inteligência emocional são capazes de construir equipes mais resilientes. Isso porque, ao abrir espaço para conversas difíceis e ao dar exemplo de equilíbrio entre razão e emoção, eles ensinam o time a enfrentar pressões de forma madura. O resultado é um ambiente mais saudável, colaborativo e preparado para os desafios.

Liderar com inteligência emocional não é ser “bonzinho” nem evitar decisões difíceis. É reconhecer que emoções são parte essencial da vida organizacional e usá-las como alavanca de conexão, aprendizado e crescimento. Líderes que “sentem junto” não apenas conduzem projetos, eles constroem pontes, fortalecem pessoas e formam equipes capazes de superar desafios com mais união e confiança.